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21.10.16

Olá Sapo! [Mudança de Endereço]



A partir de agora, encontram o Lume Brando aqui:

Coloquem o link nos vossos favoritos! A gente vê-se por lá!

9.10.16

Gulodice pura [Minipavlovas de café]



































Mil e uma revisões feitas, detalhes de última hora acertados, livro na gráfica. Alívio!

Para comemorar, umas pavlovas de café a que é praticamente impossível resistir - um pecado da gula assumido e de difícil arrependimento. Soube bem voltar à cozinha e preparar esta coisa boa. Nos últimos tempos, só lá tenho ido basicamente para preparar o jantar. E a correr. Com o ultimar do livro e novos compromissos profissionais a acontecerem em paralelo, tenho andado com pouco tempo para novas publicações, mas já fiz uma promessa a mim mesma: reservar algumas horas, todas as semanas, para me dedicar ao blogue. Se eu não cumprir, puxem-me as orelhas!

E o que dizer destas pequenas maravilhas? Que são uma adaptação de uma receita deste livro de Nigella Lawson e que são maravilhosas. Substituí o molho toffee da receita original por molho de chocolate e café e resolvi juntar os bagos de romã, essa fruta tão bonita e sexy, que nesta época do ano nos pisca o olho da prateleira das frutarias ou dos supermercados. Foi a sobremesa para o almoço deste domingo, mas como não éramos muitos à mesa, resolvi usar parte do merengue para fazer suspiros.

Mas voltando ao meu livro: está quase, quase a chegar às livrarias (e posso revelar que terá também uma receita de pavlova!). Estejam atentos à página de facebook do Lume Brando, pois será aí que divulgarei, em primeira mão, a data e o local da sessão de lançamento, assim que estiver confirmada. Uma vez mais, obrigada por estarem desse lado: foram vocês que me proporcionaram esta aventura!















MINIPAVLOVAS DE CAFÉ COM MOLHO DE CHOCOLATE E CAFÉ E BAGAS DE ROMÃ

Para as pavlovas e suspiros
(adaptado de uma receita de Nigella Lawson)

125 g de claras de ovo (cerca de 4)
100 g de açúcar
100 g de açúcar em pó
50 g de açúcar amarelo
2 colheres de chá de café em pó instantâneo (usei dois pacotinhos de Nescafé)
1/2 colher de café de cremor tártaro

Para o molho de chocolate e café

80 g de chocolate de culinária
25 g de água
25 g de café

Para finalizar/decorar:

1 pacote de natas para bater (devem estar bem frias)
Bagos de 1/2 romã
Cacau em pó

Pré-aqueça o forno nos 130º função ventoinha.
Forre dois tabuleiros de forno com papel vegetal.
Numa taça, junte os açúcares, o café em pó instantâneo e o cremor tártaro.
Comece a bater as claras em castelo e, quando estas estiverem a fazer picos suaves, comece a juntar a mistura anterior, colher a colher, continuando a bater. Deve obter um merengue bem espesso, liso e brilhante.
Coloque um pouco de merengue nos cantos do papel vegetal e pressione contra o tabuleiro, para que o papel não fuja nem levante quando estiver a fazer as pavlovas.
Deite colheradas de merengue sobre o papel vegetal dos tabuleiros, bem espaçadas entre si, de forma a fazer cerca de 10 pavlovas pequenas; em alternativa, faça menos pavlovas e use o restante merengue para fazer suspiros - para isso usei um bico estrela largo e um saco de congelação (os sacos de pasteleiro descartáveis que costumo usar tinham acabado!).
Leve a cozer entre 45 a 50 minutos: estão prontos quando se soltarem muito facilmente do papel.
Desligue o forno e deixe a porta entreaberta.

Enquanto arrefecem, aproveite para tratar da romã, do molho de chocolate e das natas.
Para o molho de chocolate, junte os ingredientes numa taça e leve ao micro-ondas cerca de 1 minuto numa potência elevada. Retire e mexa bem. Confira a espessura do molho e, se achar muito espesso, junte mais um pouco de água ou café.
Bata as natas com a batedeira, sem açúcar, até obter picos bem firmes (quando começarem a prender, junte umas gotinhas de limão e verá que ficarão bem consistentes).

Coloque as pavlovas no prato de servir. Com as costas de uma colher, bata no topo de cada pavlova para ganhar espaço para as natas. Coloque uma boa colherada de natas, um fio generoso de molho de chocolate, os bagos de romã e, por fim, polvilhe com cacau em pó. Se sobrarem, sirva à parte o molho, as natas e os bagos de romã, para quem quiser colocar mais.




21.9.16

Outono, não venhas com pressa.


















Receber todas as semanas um cabaz de frutas e legumes de agricultores locais, para além de uma opção económica e saudável (não são biológicos, mas pelo menos não viajaram quilómetros nem estiveram dias guardados em frigoríficos até chegarem à minha cozinha), é um desafio.
Um desafio porque nunca sabemos exatamente o que nos vai chegar. Há alguns ingredientes clássicos e que raramente falham, como as cebolas e as cenouras, mas depois a seleção nunca é igual e vai variando ao sabor das estações, do tempo e da terra.
Esta receita serviu para aproveitar as primeiras beringelas do ano e, provavelmente, os últimos tomates frescos. Sinais de que o outono está a chegar (não venhas com muita pressa, outono, afinal a primavera e o verão também chegaram atrasados).

Com os tomates, fiz molho. Uma dose generosa, que deu para fazer um arroz e para animar peixe estufado. O que sobrou, juntei a beringelas grelhadas neste gratinado. Uma espécie de melanzane parmigiana, mas mais simples e… sem parmesão.

Receita e texto publicados no Observador a 16/09/2015.



















GRATINADO DE BERINGELA

Para 4 pessoas como entrada, ou para 2 como refeição principal

2 beringelas
2 chávenas de molho de tomate (de preferência caseiro)
1,5 chávenas de queijo cheddar ralado (ou mozzarella)
1 dúzia de tomates cereja (opcional)
Algumas folhas de manjericão
Óregãos secos
Sal

Lave as beringelas, corte-as às rodelas e coloque-as num passador salpicadas com sal (este procedimento irá retirar algum travo amargo que as beringelas possam ter; se tiver tempo, deixe-as ficar assim cerca de 1 hora).
Ligue o forno nos 200º.
Grelhe as rodelas de beringela, sem gordura, numa frigideira ou grelhador antiaderente.
Deixe cozinhá-las até ficarem douradas e amolecidas.
Disponha-as num prato de forno, espalhe o molho de tomate e os tomates-cereja e salpique com algumas folhas de manjericão.
Cubra com o queijo e polvilhe com os óregãos.
Leve a gratinar durante cerca de 12 minutos ou até o queijo ficar derretido e o molho estiver a borbulhar.
Sirva com pão e uma salada verde.

PS: o livro está avançar a toda a velocidade e o mais certo é que em finais de outubro ou início de novembro, já o possam folhear. Escusado será dizer que estou tão nervosa quanto entusiasmada!


1.9.16

Começar setembro a petiscar.
















Setembro chegou, mas depois de um inverno tão prolongado como este último, acho que ninguém quer ouvir falar de outono.
O tempo parece estar do nosso lado e espero que assim continue nos próximos dias, pois seria sinónimo de um regresso às aulas menos contrariado. Cá em casa não temos crianças com saudades da escola (ainda estou a decidir se isso é bom ou mau), no mais velho há até alguma rejeição. Mas com sol tudo parece mais fácil e enquanto não muda a hora sempre dá para esticar um pouco o tempo de brincadeira, por isso S. Pedro, I'm counting on you!

E é para aproveitarmos o verão até à última gota de cerveja gelada (ou de limonada, para quem preferir), que trago a minha receita de guacamole, provavelmente igual ou parecida a tantas outras. Afinal, guacamole é uma mistura de abacate, tomate e cebola, e é nas ervas e nos temperos que esta receita de origem mexicana normalmente varia. Os cominhos, por exemplo, nem sempre aparecem, mas provei um guacamole com cominhos em casa de um primo, gostei muito e por isso agora uso também (só uma pequena pitada).

Esta é a versão que levei ao Fresquinho, um evento do Festival oito24 em que tive o prazer de participar e de já falei aqui. É uma receita perfeita para o fim de semana que aí vem, até porque daqui a algum tempo os (bons) tomates desaparecem das prateleiras. 

Nas fotos aparecem aperitivos de milho de compra, mas no showcooking servi-os com pão de milho. Aconselho mesmo a experimentarem: torrem fatias de broa de milho, por exemplo, e sirvam-nas como acompanhamento do guacamole: delicioso e bastante mais saudável.

Ah, só por curiosidade, consta que o nome guacamole é uma evolução da palavra original, de um dialeto azteca, que juntava as palavras antigas 'ahucatl' (abacate - aguacate em espanhol) e 'molli' (molho).















GUACAMOLE

1 abacate maduro
2 tomates-chucha maduros ou 1 tomate coração de boi médio-grande maduro ou o equivalente em tomates-cereja
1 cebola média finamente picada
2 colheres de sopa de coentros frescos picados
Sumo de lima ou limão
Azeite qb
Sal marinho qb
Pimenta preta moída na hora qb
Cominhos em pó qb

Descascar e descaroçar o abacate. Regar com sumo de limão (ou lima) e picá-lo finamente sobre uma tábua de cozinha (deve ficar uma espécie de puré grosseiro), passando-o depois para uma taça.
Picar a cebola e o tomate finamente e juntar ao abacate. Mexer bem e juntar um fio de azeite, uma pitada de sal e pimenta preta, um pouquinho de cominhos em pó e mais sumo de limão ou lima, se for caso disso. Juntar por fim os coentros picados. Envolver tudo muito bem, provar e retificar os temperos e passar para a taça de servir.
Acompanhar com aperitivos de milho ('tortilhas') ou fatias de pão de milho torrado.

Receita atualizada em 6/9/2016.