19.10.04
O pequeno-almoço das novelas.
A cena mais irritante das novelas (e dos filmes, mas nas novelas é ainda mais recorrente) é a típica cena do pequeno-almoço. Eu sei que no fim eles avisam sempre, dizendo que aquilo é uma obra de ficção, que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. Pela minha parte, podem estar descansados: nunca haverá coincidências entre os meus pequenos-almoços e os deles. E é por isso que fico irritada. Porque adorava poder tomar todos os dias um pequeno-almoço daqueles. Ele é sumo de laranja, chá e café com leite, ele são croissants e torradas, compotas e bolos em altivos pratos de pé, fruta e queijos de várias formas e feitios. E ele é tempo para saborear aquilo tudo. Confesso que já tentei - ao fim-de-semana, claro - imitar a cena, mas sabe-me sempre a pouco. É que ainda por cima, falta-me a empregada, impecavelmente fardada, a servir à mesa. A única altura em que me posso vingar da sensação de inveja e gula que essas visões me provocam é quando estou de férias ou de fim-de-semana num hotel. Aqui, chego a ligar o despertador ou a pedir ao room service para me acordar mesmo a tempo de chegar ao pequeno-almoço. Até quem vai comigo já não se importa: prefere dormir menos do que aturar o meu amuo por termos falhado o “café da manhã”.
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Miscelânea
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