Esta foi a minha primeira receita para a secção Lifestyle do jornal online Observador, publicada por altura do Dia dos Namorados. Uma colaboração que me tem dado bastante prazer e que espero que os leitores do jornal (e os fãs do blog) estejam a gostar de seguir.
E porque não há dia certo para festejar o amor ou para brindar às outras coisas boas da vida, aqui fica esta tarte de aspecto delicado mas de sabor intenso.
Claro que apesar de podermos e devermos viver todos os dias gratos e em clima de celebração, não vamos fazer esta tarte todos os dias, certo?
[Achei que era melhor colocar aqui esta advertência, uma vez que parece que anda tudo doido com o açúcar, como se só agora se tivesse descoberto que consumido em excesso faz mal à saúde. Se a nossa dieta for equilibrada, dando clara prioridade aos legumes, às leguminosas e à fruta e evitando alimentos processados, podemos de vez em quando 'pecar' com uma fatia desta ou de outra tarte gulosa. Já agora, a propósito deste tema, gosto especialmente de uma frase de Michael Pollan, que é um dos seus princípios para uma alimentação correcta: "Não coma nada que a sua avó não reconhecesse como comida". Ora a minha avó Maria, que é a pessoa que eu conheci que melhor se soube alimentar - e viveu até aos 99 anos - nunca baniu o açúcar da sua dieta]
Se quiserem, como eu, usar saco pasteleiro para cobrir a tarte, certifiquem-se de que usam natas que ficam bem firmes depois de batidas; podem também usar natas vegetais (à venda em lojas de artigos para bolos) ou juntar Chantifix, omitindo neste caso o sumo de limão.
TARTE DE CHOCOLATE E CARAMELO
Para a massa
50 g de
miolo de avelã moído
100 g de
farinha de trigo sem fermento
10 g de
açúcar baunilhado
40 de
manteiga ou margarina fria
5-10 ml de
água fria
Para a camada de chocolate
200 ml de
natas para bater (mínimo 35% de gordura)
1 tablete de
chocolate de culinária (200 g)
Para a camada de molho toffee
100 g de
açúcar amarelo ou mascavado
125 g de
natas para bater (mínimo 35% de gordura)
20 g de
manteiga
Para a cobertura
180 g de
natas para bater (mínimo 35% de gordura) bem frias
(mesmo
depois de terem estado no frigorífico, pode colocá-las uns 15 minutos no
congelador antes de batê-las para garantir um melhor resultado)
Algumas
gotas de limão
230 g de
leite condensado cozido
Pré-aqueça o
forno nos 180º e comece por preparar a massa: junte todos os ingredientes numa
taça, à exceção da água. Misture-os com as pontas dos dedos, formando uma base
homogénea e junte, aos poucos, a água, amassando e vendo sempre se necessita de
mais antes de acrescentar. Deve ficar uma massa macia. Passe as mãos por
farinha, se for necessário, e forme uma bola. Divida esta em pedaços e
espalhe-os pela forma de tarte que vai utilizar e, com a ajuda dos polegares,
forre a forma, pressionando, esticando a massa e unindo os pedaços (é mais
fácil do que parece; se usar o rolo, a massa vai partir-se). Coloque por cima
papel vegetal, encha de feijão, arroz ou pesos próprios e leve ao forno cerca
de 15 minutos, retire o papel vegetal e os pesos e volte a levar ao forno cerca
de 10 minutos ou até achar que a massa está bem cozida e dourada. Retire do
forno e dexe arrefecer completamente.
Entretanto,
parta o chocolate em pedaços para uma taça de vidro, cerâmica ou metal e reserve.
Leve as natas ao lume médio e, quando fervilharem, coe-as diretamente para a
taça do chocolate. Espere uns 5 minutos e mexa bem com um batedor de varas, até
obter um creme liso, espesso e brilhante. Deixe arrefecer um pouco e verta
sobre a massa da tarte já fria.
Noutro
tachinho leve ao lume todos os ingredientes para o molho toffee. Mexa, até a
manteiga estar bem derretida e deixe ferver durante alguns minutos para
engrossar um pouco (o açúcar mascavado carameliza mais rapidamente, deixe
fervilhar apenas 5 minutos; se usar açúcar amarelo vai precisar de mais alguns
minutos).
Deixe ficar
morno e verta por cima da camada de chocolate. Leve ao frio.
Para a
cobertura, bata as natas em chantilly firme (sem adicionar açúcar). A meio do
processo junte umas pinguinhas de limão, vai ver que ajuda a ficarem mais
espessas (também pode usar natas vegetais, das que se compram em lojas de
artigos para bolos e pastelaria e que ficam bastante firmes).
Noutra taça,
coloque o leite condensado cozido e mexa bem com um batedor de varas,
desfazendo eventuais grumos e deixando-o bem cremoso. Com uma espátula,
incorpore delicadamente as natas no leite condensado. Passe este creme para um
saco munido de bico pasteleiro e cubra a tarte.
Leve ao frio antes de servir.
11 comentários:
Simplesmente divinal!
Bjs
Lua
Que maravilha! Tem um aspeto pecaminoso!
Bem,mas é que tem UM ASPECTO!!! Eu não me ficava por uma só fatia, garantidamente!! De facto, anda tudo a desnortear agora, eu ás vezes penso é que se calhar as pessoas das novas gerações são beeeeem mais inconscientes e desinformadas, porque caramba, antes de haver por cá coisinhas como macdonalds e afins, a alimentação das pessoas era mais cuidada, mais pensada, mais... natural, mas depois do advento da fast food - e sim, eu lembro-me de não haver macdonalds neste país! - começou tudo a esquecer-se do que é comer normalmente...
http://bloglairdutemps.blogspot.pt/
Oh Senhora Dona Teresa, essa boca de viver até aos 99 sem banir o açúcar da dieta é para mim? É? É? É? LOL :p
Tu bem sabes que, apesar de evitar o açúcar, não sou apologista de extremismos e acho que sim, os doces devem ser para as ocasiões de festa. Claro que também podemos fazer doces sem recorrer a açúcar e produtos muito calóricos, mas a verdade é que festa é festa e não acontece todos os dias, portanto uma fatiazinha de bolo de vez em quando não vai matar ninguém!
Eu adoro as frases do Pollan (já por isso tenho 2 livros dele) e acho que o que ele diz faz todo o sentido, sendo que aplico de bom grado muitas das regras que ele relembra e que são coisas que todas a vida ouvi da boca dos meus avós e dos meus pais :)
Muito bem dito! A minha bisavó toda a vida bebeu leite com açúcar amarelo (e em grandes quantidades) e viveu até aos 103 anos!
Não é só com o açúcar que nos devemos de preocupar, o sal tb é um grande inimigo.
Se tivermos cuidado e não fazer disto um hábito e comer todos os dias estes mimos doces, acho que não nos faz mal, certo?
A Tarte está lindissima! :)
Beijinhos,
Sandra
Olá Teresa,
Parabéns pelo teu trabalho.
Em relação à tua análise a respeito das «vozes que se levantam» relativamente à reportagem, não podia estar mais de acordo. Qual é a novidade? Só agora se deu conta que os refrigerantes estão carregados de açúcar?! Bem sei que muitas pessoas não têm acesso a alguma informação, mas quem tem blogs sobre estas temáticas tem acesso a tanta informação que me parece até um pouco ridículo e autista vir agora manifestar surpresa! Haja coerência e bom senso, em doses moderadas como com o açúcar ;)
Um abraço e bom fim de semana,
guida
Finalmente leio uma coisa cheia de bom senso sobre esta paranóia dos dias sem açúcar. A quantidade é que faz o veneno. A alimentação actual está cheia de produtos impensáveis há 50 anos atrás, entram involuntariamente na nossa cadeia alimentar coisas inconcebíveis ( aparentemente micro-particulas de plástico provenientes das fibras sintéticas e “processadas” nos ciclos de lavagem das máquinas de lavar-roupa entraram no ciclo da água e consequentemente “bebemos” essas partículas, está bom de ver que não nos farão particularmente bem).
Devemos privilegiar uma alimentação variada e com mais legumes ( mas não convém beber bebidas “detox” com quantidades absurdas de espinafres cheios de nitratos…)claro que não devemos abusar do açúcar e aquele que ingerimos naturalmente na fruta, massas, pão etc é mais do que suficiente para o nosso corpo, mas para mim não chega cuidar do corpo, o açúcar faz-me bem à alma. Por isso continua a fazer parte da dieta, com conta peso e medida, mesmo sabendo de todos os seus malefícios. Também não deixei de beber água porque tem plástico nem passei a lavar a roupa no tanque…
Esta tarte ficou linda e aposto que deliciosa também,...
Beijinhos,
Espero por ti em:
www.strawberrycandymoreira.blogspot.pt
www.facebook.com/omeurefugioculinario
Ora aqui estão umas palavras bem ditas, as tuas e as da mgp! Eu cá tb não consigo/nem quero banir o açúcar da minha, por isso, podes continuar a postar receitas lindas como esta. um beijo.
Ondina Maria: não era para ti!!! Eu sei que não és fundamentalista, até já comeste os meus brigadeiros e os meus biscoitos de vinho do Porto, eheheheh (e no fundo até invejo a tua coragem para reduzir ao açúcar :)
Obrigada a todas pelos comentários 'doces' ;)
Beijinhos
Teresa
Que ar delicioso!
Dá uma vontade de ir lá com o dedo e provar.
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