ABOUT                       RECIPES                       LIFE                       INSTAGRAM                       FACEBOOK                       PINTEREST



7.1.16

Feliz 2016!













Esta sopa foi feita quando a dupla outono-inverno ainda não tinha dado um ar de sua graça.
Se bem se lembram, novembro e dezembro foram meses invulgarmente amenos e falava sobre isso no texto que escrevi para o Observador. Ainda que não goste do tempo cinzento, do frio e da chuva, que nos últimos dias não têm dado tréguas, senti na altura um certo desconforto pelas trocas e baldrocas climáticas. Se é para bater o dente e apanhar molha, que seja na altura de que falam os livros infantis sobre as quatro estações e que aprendemos quando andávamos na escola (bem sei que também tenho a minha quota parte de responsabilidade nestas alterações... mas esse mea culpa ficará para outra ocasião).

Janeiro, ao que parece, vai fazer jus à sua estação no hemisfério norte. E para lhe fazermos frente (assim como aos excessos típicos das últimas semanas) nada como uma sopa que seja ao mesmo tempo saudável e reconfortante. E esta vem com um bónus: umas bruschettas de cogumelos deliciosas.
Bom Ano!













CREME DE ABÓBORA E CENOURAS ASSADAS COM BRUSCHETTAS DE COGUMELOS

Para duas pessoas, como refeição leve

Para o creme de abóbora e cenouras assadas:
200 g de abóbora menina ou manteiga
200 g de cenoura
1/2 cebola roxa
2 dentes de alho
450 ml de água a ferver
Azeite qb
Sal qb
Pimenta preta qb
Tomilho seco qb
Leite de coco e pevides de abóbora para servir

Para as bruschettas:
4 fatias de pão de mistura
200 g de cogumelos marron
2 dentes de alho
1 fio de azeite
Sal e pimenta preta qb
Queijo-creme qb
Uma mão-cheia de rúcula

Ligue o forno nos 200º.
Descasque a abóbora e as cenouras e parta-as em pedaços.
Parta a cebola roxa em meias-luas e esmague os dentes de alho.
Coloque tudo num tabuleiro de ir ao forno e tempere com azeite, sal, pimenta preta e tomilho.
Leve ao forno durante cerca de 1 hora ou até a cenoura e a abóbora estarem bem macias.
Retire do forno e descarte as peles do alho.
Coloque o alho, a cebola, a abóbora e a cenoura num tacho (ou num robot de cozinha) e junte a água a ferver. Mexa bem e deixe levantar fervura.
Triture tudo com a varinha mágica (ou com o robot).
Prove e retifique os temperos. Se achar que está muito espesso, junte mais água e deixe levantar fervura novamente.

Entretanto, prepare as bruschettas.
Aproveite o calor do forno para tostar as fatias de pão.
Numa frigideira antiaderente salteie os cogumelos fatiados num fio de azeite com os alhos picados. Tempere com um pouco de sal e pimenta preta.
Barre as fatias de pão com queijo-creme e tempere com pimenta preta.
Disponha os cogumelos salteados e termine com a rúcula.

Quando servir, adicione ao creme um fio de leite de coco e polvilhe com sementes de abóbora (se a abóbora que usou tiver sementes, pode aproveitá-las tostando-as no forno — siga as indicações desta receita).

Receita publicada no jornal Observador em 18/11/2015. 

9.11.15

Pão, paz e preguiça.



Gostava de fazer mais vezes pão. Não tenho máquina de fazer pão e acho que não seria isso que me faria fazer mais vezes.
Talvez se fosse mais organizada, talvez se fosse mais metódica e disciplinada, talvez se não fosse tão preguiçosa, talvez se comprar pão não fosse tão fácil.

Um destes domingos impus-me essa missão: fazer pão para estrear a minha cocotte oval da Le Creuset.
Há muito que lia sobre as vantagens de cozer pão numa panela de barro ou ferro fundido com tampa. Há muito que estava curiosa e com vontade de fazer esse teste e a panela bonita serviu na perfeição o propósito.
Confere: cozer o pão na panela tapada faz com que se crie uma espécie de forno mais pequeno, a humidade não se escapa e o pão fica com uma deliciosa e bonita côdea estaladiça.

Adoro pão com coisas: sementes, frutos secos, passas. Decidi-me por isso por um pão rico, que é bom acabado de cozer, mas também fica delicioso torrado, com o crocante das nozes e o doce das sultanas a contrastar com a manteiga salgada.

Este post não é uma fábula, mas recorro à moral de Esopo para lhe dar um final feliz: "um pedaço de pão comido em paz, é melhor do que um banquete comido com ansiedade."

Boa semana!



PÃO DE MISTURA COM NOZES E SULTANAS

170 g de farinha T65
40 g de farinha integral
40 g de farinha de centeio
5 g de fermento de padeiro seco
1 boa pitada de sal
140 ml de água morna
25 ml de azeite
15 ml de xarope de agave (ou mel, se gostar)
50 g de sultanas
30 g de nozes picadas grosseiramente

Numa taça grande, coloque as farinhas, o sal e o fermento. Faça uma cova no meio e junte a água, o azeite e o xarope de agave (ou mel). Aos poucos e com as mãos, vá levando os secos dos lados da taça para o meio e amasse até obter uma mistura moldável. Se estiver pegajoso, junte mais um pouco de farinha.
Adicione as nozes e as sultanas e amasse para que fiquem bem espalhadas.
Passe para uma superfície de trabalho enfarinhada e amasse uns 10 minutos, até a massa estar bem macia e faça o teste do indicador: pressione com suavidade a massa e se esta voltar ao sítio rapidamente, está pronta para levedar. Coloque a massa de novo na taça, com um pouco de farinha no fundo, tape com um pano de cozinha limpo e deixe repousar num local ameno (eu costumo embrulhar a taça numa manta polar) cerca de 1 hora ou até ter dobrado de volume. Retire da taça, amasse-a suavemente, dê-lhe a forma pretendida e deixe de novo a levedar na taça ou noutro recipiente aproporiado, polvilhado com farinha, até ficar novamente com o dobro do volume.
Entretanto aqueça o forno nos 200º. Quando este estiver quente, coloque a panela, para esta aquecer e estar já quente quando lá colocar o pão.
Retire a panela do forno (com cuidado, está quente!) e salpique-a de farinha. Coloque lá dentro a massa do pão e faça alguns cortes na superfície deste. Polvilhe com farinha, tape a panela e deixe cozer cerca de 25 minutos. Abra a panela, bata no pão para ver se ouve o som oco que indicia que está cozido e se achar que não está tão tostado como gosta, deixe cozer mais alguns minutos destapado.

Outros pães no blog:
Pão de Espelta e Sementes
A minha versão do Artisan Bread
Pão de Hambúrguer





18.6.15

Porque as festas não são só bolos.




A ideia de ter muita gente para jantar ou almoçar pode parecer assustadora.
Com uma família grande, que gosta de se juntar e celebrar as datas mais importantes, o medo não teve grande hipótese de se instalar cá em casa e são várias as ocasiões em que tenho cerca de trinta pessoas para alimentar.
Esta receita é ideal para esses momentos de festa: vistoso, saboroso e fácil de fazer, é um arroz perfeito para refeições volantes, que combina com os salgados que normalmente pomos na mesa - e que até podem chegar pela mão dos convidados: panadinhos, rissóis, carne assada fatiada e muitas outras opções.
Outra das vantagens deste arroz, é que pode ser feito com os ingredientes que mais gostarem ou com aquilo que andar pelo frigorífico a precisar de destino. Um arroz democrático, que se dá bem com todos e fica bem em qualquer mesa: eu usei feijão verde, cenoura, pimento vermelho, paio e chouriço, mas as combinações são ilimitadas: ervilhas, alho francês, bacon, couve branca, pimento verde...


ARROZ DE FESTA
Para 6-8 pessoas

1 cenoura média
6 a 8 vagens de feijão verde
1/2 pimento vermelho médio (ou 1 pimento vermelho pequeno)
1/2 chouriço de colorau de qualidade
4 a 6 fatias de paio
2 dentes de alho
1/2 cebola média 
1 chávena almoçadeira de arroz agulha
2 chávenas almoçadeiras de água a ferver
Azeite qb
Sal qb

Preparar os legumes e parti-los em cubos ou pedacinhos de tamanho semelhante.
Picar a cebola e o alho.
Preparar os enchidos, retirando a pele ao chouriço e partindo tudo em pedacinhos.
Colocar água a ferver.
Levar um tacho ao lume com um bom fundo de azeite. Juntar a cebola e o alho e deixar cozinhar até a cebola ficar transparente e mole e a querer alourar.
Juntar os legumes ao tacho e deixar saltear. De seguida juntar o chouriço e o paio, mexer e deixar cozinhar um pouco. Adicionar o arroz, envolver tudo muito bem e deixar 'fritar' um pouco. Por fim juntar a água a ferver, temperar de sal e mexer bem. Deixar levantar fervura, tapar, reduzir o lume para o mínimo e deixar cozinhar cerca de 12 minutos. Desligue e mantenha na panela até servir.

Nota: pode facilmente dobrar e triplicar a receita, ajustando o tamanho da panela e o tempo de cozdura.