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26.8.16

O bom sabor das férias.





























De  volta à rotina, depois de uns deliciosos dias de férias em família, trago-vos receitas da época, perfeitas para encerrarmos agosto em grande.

Todos os nossos verões têm ficado marcados por uma ou duas receitas, que as férias ajudam a colocar na categoria dos hits desse ano. Foi o caso desta já antiguinha salada de figos, presunto e queijo de cabra, dos granizados de espumante no ano que em que comprei a Bimby, ou dos tomates-cereja assados, que ainda hoje são das minhas iguarias favoritas.

2016, por sua vez, vai ficar associado a estes camarões crocantes [com maionese de coentros] e a esta limonada de pepino, tantas foram as vezes que os fiz. Uma dessas ocasiões foi no Fresquinho, um evento gastronómico integrado no Festival oito24, em Espinho, no qual tive o prazer de participar com um showcooking, no início de agosto.

Sei que sou suspeita, por gostar tanto de cozinhar (e de comer!), mas acredito que as memórias ligadas aos sabores e aos aromas da comida são aquelas que nos proporcionam as recordações mais reconfortantes. Por exemplo, há um cheiro característico de café, que só raramente vem até mim, e que me faz recuar aos dias em que eu, pequenita, brincava em casa de uns tios queridos. É uma sensação tão boa. Um pouco nostálgica, é certo, mas capaz de me transportar a momentos muito felizes.

Com as receitas das férias é um pouco a mesma coisa e não há fotografia que chegue ao poder interior de uma memória cheia de sabor, sobretudo se tiver sido construída num momento de partilha e 'pura vida', para usar a expressão da Costa Rica, um país que quero muito visitar.

Mas claro, as imagens ajudam a manter as lembranças vivas, e cá estão elas: as fotos e as receitas dos pedidos que mais vezes chegaram à cozinha do Lume Brando por estes dias.

Espero que gostem e, já agora, me contem quais as vossas receitas favoritas deste verão. E fica a promessa: em breve partilho as outras duas receitas que levei ao showcooking de Espinho: guacamole com pão de milho torrado. Yummy!




CAMARÕES CROCANTES NO FORNO COM MAIONESE DE COENTROS
P/ cerca de 4 pessoas como entrada/aperitivo

500 g de camarão 60/80, idealmente com casca
1 chávena almoçadeira de pão rústico ralado em casa (aromatizado com alho e salsa, por ex.)
1 fio de azeite
Sal qb
Pimenta preta acabada de moer qb
Raspas de limão qb

Para a maionese:
1 ovo à temperatura ambiente
200 ml de óleo de girassol
40 ml de azeite extra virgem
1 colher de sobremesa generosa de mostarda de Dijon
2 colheres de sopa de coentros picados
1 colher de chá de ketchup (opcional, mas recomendável)
Raspa de limão qb
Sal qb
Pimenta preta acabada de moer qb

Pré-aqueça o forno nos 200º.
Descasque os camarões. Seque-os bem em papel de cozinha, coloque-os numa taça e envolva-os num fio de azeite. Tempere-os com um pouco de sal e pimenta preta, junte um pouco de raspa de limão e envolva-os por fim no pão ralado.
Coloque-os num tabuleiro grande, sem ficarem sobrepostos, e leve-os ao forno durante cerca de 8 minutos. A meio da cozedura, vire os camarões para que fiquem crocantes por todo (os camarões devem ficar com uma textura al dente e o pão ralado deve ficar seco e dourado). No último minuto, passe a assadeira para um nível superior e ligue a função grill com ventoinha, para acelerar e garantir que o pão ralado fica o mais crocante possível.

Entretanto, prepare a maionese.
Comece por picar os coentros e reserve.
Coloque o ovo no copo da varinha mágica. Junte a mostarda, um pouco de sal e pimenta preta, o óleo e o azeite. Mergulhe a varinha mágica no copo, ligue-a e, lentamente, vá emulsionando a mistura, num movimento de baixo para cima. Quando estiver bem ligada, passe para uma taça e junte o ketchup, os coentros picados e as raspas de limão. Prove e retifique os temperos, se for caso disso. Sirva com os camarões acabados de sair do forno.

Notas:
- Como repeti várias vezes a receita já depois de a ter testado e levado ao Fresquinho, fui fazendo ajustes e talvez não esteja totalmente igual à que foi facultada aos espetadores do festival;
- O passo de secar bem os camarões é fundamental para que fiquem crocantes;
- Se usarem camarão com casca, aproveitem as cabeças e as cascas para fazer um fumet simples e depois utilizem-no numa sopa de peixe ou marisco.





LIMONADA DE PEPINO
Para uma dose generosa, a servir num dispensador de bebidas

Cerca de 3 litros de água (de preferência fresca)
Sumo de 2 ou 3 limões, consoante o seu seu teor de sumo
1 pepino
Açúcar amarelo a gosto
2 paus de canela (opcional)
Gelo

Descasque o pepino como se fosse para salada, deixando algumas linhas de casca, e corte-o às rodelas finas. Coloque-as num jarro grande ou dispensador de bebidas.
Junte o açúcar, os paus de canela partidos ao meio, o sumo de limão e a água fresca.
Mexa bem e prove para ver se necessita de mais açúcar, mais água ou mais sumo de limão.
Deixe repousar uns 30 minutos, para que o sabor do pepino e da canela se difundam.
Junte bastante gelo, mexa bem e sirva.

Notas:
- Como repeti várias vezes a receita já depois de a ter testado e levado ao Fresquinho, fui fazendo ajustes e talvez não esteja totalmente igual à que foi facultada aos espetadores do festival;
-  A adição do pepino transforma completamente a limonada, dando-lhe uma frescura extra surpreendente;
- A canela não é absolutamente essencial mas confere à limonada um toque exótico bastante interessante, sobretudo para quem gosta desta especiaria.







19.12.15

Christmas mood.


















Gosto da dimensão mágica do Natal, mais viva e sentida, é certo, quando há crianças em casa ou na família.
Os brilhos, as cores, as músicas... Ainda que banais e vividos muitas vezes a correr, todos estes estímulos transmitem-me um certo conforto, uma esperança de que o que está menos bem pode melhorar, de que todas as chatices podem ser atenuadas, de que os meus problemas comparados com muitos outros são um passeio no parque.

Para além disso, e quem segue o Lume Brando já sabe, eu gosto muito do lado visual das festas e das celebrações. O Natal é sempre uma nova oportunidade para pensar em enfeites, etiquetas para presentes, mesas bonitas e bolos a condizer. Nem sempre (ou melhor, nunca) consigo pôr em prática tudo o que imagino, mas já me habituei e nos últimos anos não tenho sofrido tanto com a falta de tempo. Ter conseguido fazer este bolo e tirar estas fotos, mais cuidadas do que o habitual, já me deixou muito feliz.

O bolo é uma receita que a minha tia N. costuma fazer, do livro Tesouro das Cozinheiras, ao que consta o livro de cozinha mais vendido em Portugal, julgo que a primeira edição é dos anos 50. Chamamos-lhe bolo inglês, e a minha tia costuma fazê-lo numa forma retangular, de bolo inglês, mas segundo o livro chama-se 'bolo de Stº. António'. Inicialmente tinha pensado em colocar-lhe uma cobertura de glacé branco, a escorrer, mas depois achei que seria demasiado açúcar num bolo só, mesmo já tendo cortado à quantidade de açúcar da receita original, e optei por deixá-lo mais simples.

Pode parecer um bolo seco, mas não! É viciante, para quem gosta de texturas ricas, com as frutas cristalizadas e os frutos secos. Leva ainda vinho do Porto e é por isso um bolo que respira Natal, por entre cada migalhinha.

Boas Festas!















COROA DE BOLO INGLÊS

Para o bolo*:

190 g de açúcar
125 g de manteiga amolecida
4 ovos, separados
250 g de farinha
175 g de fruta cristalizada (pode misturar algumas passas e/ou sultanas)
75 g de miolo de noz e de amêndoa, partido grosseiramente
1 cálice de vinho do Porto
1 colher de sopa de fermento em pó

*Esta receita dá para 1 forma redonda de buraco pequena (14 cm na parte mais larga, base do bolo) e 1 bolo rectangular pequeno; se preferir faça, um bolo inglês de tamanho normal.


Para a decoração:

Cerca de 40 g de fruta cristalizada
Geleia ou mel para pincelar
Açúcar em pó para polvilhar

Ligue o forno nos 170º.
Numa tacinha, junte o fermento ao vinho do Porto e reserve.
Bata a manteiga e o açúcar até ficar em creme.
Junte as gemas, uma a uma. Bata as claras em castelo e junte ao preparado anterior.
Envolva a farinha e as frutas e os frutos secos (custa um pouco mexer a massa, mas é mesmo assim).
Por fim junte a mistura de vinho do Porto e fermento.
Mexa bem, verta na(s) forma(s) e leve a cozer cerca de 55 minutos (se fizer dois bolos, o bolo mais pequeno irá ficar pronto mais depressa, esteja atento e faça o teste do palito: assim que sair seco, retire o(s) bolo(s) do forno.
Aguarde uns minutos, desenforme e deixe arrefecer totalmente.
Pincele o topo do bolo com mel ou geleia e disponha quadradinhos de fruta cristalizada.
Polvilhe com açúcar em pó (ou açúcar anti-humidade, que garante um efeito mais duradouro, pois não é absorvido). Se for transportar o bolo, decore apenas no local.

Ah! A cafeteira e as canecas lindas em esmalte, são daqui.



25.11.15

Giveaway de Natal [e um bolo de chocolate festivo].































Ho Ho Ho!
Parece que o Pai Natal já anda por estes lados e trouxe algo no saco que vai ficar maravilhoso na vossa mesa das festas natalícias (e em muitas festas ao longo do ano): um prato de bolo com pé, vermelho, igual ao das fotos!

Uma oferta da Sanimaia, uma loja que só tem coisas de nos fazer perder a cabeça, de tão bonitas. Presente fisicamente no Porto (Foz) e na Trofa, a Sanimaia vende ainda os seus produtos através da sua página no facebook. É só mandar uma mensagem, que a simpática Cristina dá-vos todas as indicações.

E o que têm de fazer para poder ganhar este prato lindo? É muito simples:

- Fazer like na página de facebook do Lume Brando (no caso de ainda não serem fãs)
- Fazer like na página de facebook da Sanimaia (no caso de ainda não serem fãs)
- Preencher o formulário que se segue

O passatempo termina às 23h59 do dia 4 de dezembro e apenas será contabilizada 1 participação por pessoa. O sorteio será feito através da aplicação random.org.

VENCEDOR: Cláudia Leitão!

Boa sorte!

Ah, e não temos direito à receita do bolo, perguntam vocês. Claro que têm, é só fazer scroll, que ela aparece logo a seguir ao formulário :)


















BOLO DE CHOCOLATE E COCO COM RECHEIO DE NATAS E DOCE DE FRAMBOESA

Para o bolo:
4 ovos
1,5 chávenas* de açúcar amarelo
140 g de manteiga derretida
1 chávena* de água a ferver
60 g de cacau em pó
60 g de chocolate em pó
2 chávenas* de coco
1,5 chávenas* de farinha
1 colher de sopa de fermento em pó

[*chávena = 250 ml de capacidade]

Para o recheio:
150 ml de natas para bater
Açúcar qb
Algumas gotas de sumo de limão
6 colheres de sopa de doce de framboesa (usei de compra, mas podem fazer um doce rápido com fruta congelada, por exemplo)

Para a cobertura/decoração:
300 g de chocolate de culinária
240 g manteiga à temperatura ambiente
50 g de açúcar em pó
Açúcar em pó e coco ralado qb
Folhinhas de hortelã e outros elementos decorativos a gosto

Pré-aquecer o forno nos 170º.
Untar muito bem/polvilhar com farinha duas formas de 16 cm de diâmetro.
Forrar os fundos com papel vegetal e voltar a untar/polvilhar com farinha.
Numa taça grande, bater os ovos inteiros com o açúcar. Juntar a manteiga derretida, mexer bem e de seguida adicionar a água a ferver. Mexer bem e incorporar o cacau e o chocolate em pó. Juntar o coco e por fim envolver a farinha e o fermento, sem bater.
Dividir pelas formas e levar ao forno cerca de 40 minutos (o tempo de cozedura varia de forno para forno, por volta dos 30-35 minutos veja como os bolos estão. Se lhe parecerem firmes no centro, espete um palito: o bolo está pronto quando este sair limpo ou apenas com algumas migalhas agarradas).
Retire, deixe arrefecer uns cinco minutos, passe uma faca a toda a volta do bolo e desenforme.

Entretanto prepare a cobertura: leve a derreter em banho-maria o chocolate (o recipiente do chocolate não deve tocar na água do recipiente de baixo, deve receber apenas o vapor deste).
Quando estiver derretido, mexa bem com uma vara de arames até obter um creme uniforme e brilhante e reserve, para que arrefeça até à temperatura ambiente.
Assim que tiver arrefecido, pode prosseguir, batendo a manteiga com a batedeira até ficar bem aveludada.
Junte o açúcar em pó e bata novamente até estar bem incorporado e macio. De seguida adicione o chocolate, aos poucos, continuando a bater, dois ou três minutos. Deverá obter um creme liso, espesso e brilhante.

Bata as natas em chantilly com açúcar a gosto (não adoce em demasia porque vai ser misturado com o doce de framboesa). A meio do processo junte umas pinguinhas de limão para ficarem mais firmes.

Para montar/ decorar:
Parta cada bolo em dois, reservando o bolo com o topo mais perfeito para o fim.
Coloque um pouco do creme de chocolate no centro do prato de servir e pouse por cima uma metade de bolo com o lado 'da migalha' virado para cima.
Encha um saco de pasteleiro com boquilha lisa com creme de chocolate e faça um rebordo de creme à volta do bolo (neste vídeo conseguem ver bem este passo, a diferença é que está a ser usado creme de manteiga normal, em vez do creme de chocolate, e a ordem dos restantes ingredientes é um pouco diferente).
Preencha o interior do rebordo com natas batidas e espalhe por cima das natas duas colheres de sopa de doce de framboesa.
Coloque outra metade do bolo por cima e volte a repetir o processo.
No final, antes de finalizar a cobertura, pode espetar um palito no centro do bolo (da altura deste, para ser imperceptível) para que as várias partes se mantenham alinhadas. Quando servir lembre-se do palito, não o dê aos convidados!
Com uma espátula (idealmente destas), aplique creme no topo do bolo e reforce com mais um pouco de creme à volta de cada união dos bolos. Retire o excesso com uma espátula destas ou semelhante, fazendo rodar o bolo.
Termine com os elementos decorativos que desejar: eu usei bolinhas de azevinho e cogumelos artificiais (comprados aqui), folhinhas de hortelã e no fim polvilhei com coco e açúcar em pó.





3.11.15

Um brownie de nozes e pêra para um workshop especial.




Se há algo que ter um blog de cozinha me ajudou a interiorizar é a noção de que só praticando, só errando muito, só fazendo e repetindo é que conseguimos evoluir. Esta ideia é válida para qualquer área das nossas vidas ou para qualquer profissão, mas quem tem um blog pode mais facilmente aperceber-se dessa evolução: comparando posts, comparando fotografias, comparando os ingredientes que mais usava há uns anos e os que entretanto ocuparam lugar nas prateleiras da despensa. E quanto mais sabemos e experimentamos, mais nos apercebemos do quanto há ainda para explorar. Seja nas receitas e nas técnicas de cozinha, seja ao nível dos textos ou da fotografia, a margem para progredir é imensa e há muito, mesmo muito, para aprender. Haja tempo.

E foi mesmo nisso que um destes sábados se transformou: em tempo para participar no Workshop de Fotografia de Comida que a Maria Midões dinamizou na Clavel's Kitchen, um projecto que muitos de vocês já devem conhecer, nascido da energia inesgotável da Mª João Clavel.
Foi o segundo workshop que fiz neste espaço e o clima que se gera é sempre mágico. A decoração convida a isso, o ambiente é de pura partilha, as pessoas sentem-se em casa e custa sempre vir embora no final. Claro que quem lidera a formação também é responsável pela atmosfera que se cria e nisso a Maria Midões é exímia, com a sua descontração e simpatia.

Uma das minhas expectativas em relação ao workshop era a de receber dicas e conselhos para, no pouco tempo que tenho para fotografar as minhas receitas, conseguir melhores resultados. Primeira lição do dia: sem tempo, não há milagres!
A Maria alertou-nos para questões a que devemos responder antes de fotografarmos (qual o mood que queremos para a imagem, qual o elemento principal, que história ou momento queremos transmitir, etc.) e obviamente que com a experiência este exercício poderá ser feito de forma eficiente e mais 'automática'. Mas vamos sempre precisar de tempo: não só para pensar no que queremos contar com a nossa foto, mas também para escolher os props, para compor os elementos, para disparar, avaliar e mudar aquilo que não está a resultar.

Outra das componentes da fotografia mais debatida foi a luz. Talvez esta seja mesmo a questão fundamental e confesso que esta é uma das minhas maiores dificuldades: dominar a luz (e consequentemente as sombras), sobretudo não tendo grande equipamento em casa.

A parte prática foi bastante voltada para o styling e para a composição. Os participantes foram convidados a levar os seus próprios 'modelos': bolos ou outras preparações culinárias, ingredientes e até alguns adereçosEste brownie foi o meu contributo e como fez sucesso no lanche que se seguiu à sessão fotográfica, prometi publicar a receita.

Deixo-vos ainda algumas fotos onde podem ver exercícios de composição de outras participantes (um grupo fantástico, diga-se!) e a evolução do styling à volta do brownie, com a caneca de café e o cachecol, sugeridos e colocados pela Maria Midões, a fazerem toda a diferença.

Para terminar, e a propósito do início do post, aqui fica uma lição dessa lenda da fotografia chamada Henri Cartier-Bresson: "As suas dez mil primeiras fotografias são as piores". Tendo em conta que Bresson é do tempo da fotografia analógica, terei de multiplicar por muitos esse valor, até começar a ficar satisfeita com as minhas...






















BROWNIE DE NOZES E PÊRA

100 g de chocolate preto 70% cacau
80 g de chocolate de culinária
130 g de manteiga
175 g de açúcar amarelo
3 ovos
80 g de farinha sem fermento
100 g de miolo de noz
2 a 3 pêras
Sumo de 1/2 limão

Pré-aqueça o forno nos 180º.
Unte uma forma rectangular com manteiga, forre com papel vegetal e volte a untar, polvilhando-a com farinha.
Descasque as pêras e corte-as em pedaços. Regue-as com o sumo de limão, para não oxidarem.
Leve a derreter os chocolates com a manteiga no micro-ondas (potência elevada poucos segundos de cada vez, para o chocolate não queimar) e misture bem.
Noutra taça, bata os ovos com o açúcar. Junte a mistura de chocolate e manteiga derretidos.
Envolva a farinha e de seguida envolva metade das pêras e das nozes partidas grosseiramente.
Verta para a forma e espalhe por cima os restantes pedaços de pêra e as restantes nozes.
Leve ao forno cerca de 30 minutos.Retire do forno e deixe arrefecer.


21.9.15

Passatempo 90 anos Le Creuset.













A Le Creuset já procedeu ao sorteio do 90º aniversário e já foram apurados os vencedores.
Obrigada a todos os que participaram através do Lume Brando!
O feliz contemplado com uma cocotte evolution na cor vulcânico é Antonio Brochado Teixeira, que em breve será contactado pela marca. Parabéns!

Lista de vencedores dos blogues parceiros:

Alquimia dos Tachos - Anselmo Ananás e Hortelã - Sergio Silva Clavel's Cook - Maria da Conceição Guimarães Hoje para Jantar - Edna Bartolo Cozinha [da Duxa] -
Fernanda Maria dos Santos Teixeira Berthelot Marmita - Inês Bulhosa


A marca das panelas mais charmosas de sempre está em festa!
E é caso para dizer que as celebrações são à grande e à francesa: a Le Creuset comemora esta ano os seus 90 anos e preparou algumas surpresas, incluindo o Sorteio de uma Cocotte Evolution na cor original ‘vulcânico’, entre os seguidores do Lume Brando. Sim, é a panela das fotos! Uma panela linda de 24 cm de diâmetro, fabricada em ferro fundido esmaltado segundo as rigorosas técnicas desta marca gaulesa, que desde 1925 dá cor e sabor a cozinhas de todo o mundo.

O valor de mercado desta cocotte são €229, mas um dos seguidores do Lume Brando vai poder ganhá-la: basta participar no passatempo, cujas regras são as seguintes:

- O passatempo decorre de 21 de setembro a 5 de outubro de 2015 em Portugal continental e Ilhas;

- Vários blogues parceiros da marca estão a dinamizar este passatempo em simultâneo e cada blog irá oferecer 1 cocotte. No entanto, cada pessoa só pode participar uma vez através de um dos blogs, que são:

Lume Brando

- Para concorrer, terá de preencher este formulário (ou o formulário do post alusivo a este passatempo de outro blog parceiro, mas não se esqueça de que só pode participar 1x);

- Depois, terá de aceder ao site comemorativo www.lecreuset90.com e submeter uma fotografia, um vídeo ou um texto relacionados com a marca. Pode explicar de forma divertida porque deseja uma Le Creuset, pode tirar uma foto criativa com produtos Le Creuset ou numa loja que venda produtos da marca, escrever um poema ou até fazer uma canção - a imaginação é o limite! Para submeter a sua participação, uma vez no site, escolha a opção “Portugal/Português” e clique em “Criar”.

- A Le Creuset irá selecionar as participações mais originais e criativas para figurarem no site comemorativo, mas todas as participações serão válidas para efeito de sorteio. Assim, de entre todas as participações feitas através do Lume Brando, a marca irá sortear um vencedor. O seu nome será revelado no dia 7 de outubro, e será contactado pela marca. Assim se passará com os restantes blogs.

- Toca a participar e boa sorte!

Já agora, se quiserem partilhar coisas bonitas relacionadas com este passatempo ou com a marca nas redes sociais, usem por estes dias a hashtag #lecreuset90



As imagens deste post são da Le Creuset.




[ o Lume Brando está também no Instagram e no facebook! ]


6.7.15

The Trip to Italy [e um bolo de amêndoa e avelã]
























A primeira grande viagem em família tinha de ser a Itália.
Tanta propaganda eu e o pai fazíamos ao país das pizzas, que até na lista dos rapazes este era o destino que vinha em primeiro lugar, sempre que lhes perguntávamos que países gostavam de conhecer.

Na última semana de Junho, já em período de férias escolares, lá partimos rumo à Toscana.
Foi uma semana cheia de sol, boa comida, visitas culturais e algum dolce far niente, que os pequenos ao fim de poucas horas já só pensavam na piscina da casa de turismo rural onde estávamos alojados, muito perto de Volterra.

Pertencente à província de Pisa, Volterra é uma pequena cidade de origem etrusca, onde se cruzam vestígios desta civilização com muitas memórias romanas e medievais. Em redor da cidade estendem-se os campos característicos da região, salpicados por ciprestes e casas de cor ocre, uma paisagem algo melancólica que faz parte do meu imaginário romântico* e que soube mesmo bem apreciar in loco.

Alugámos um carro e a maior parte dos dias foi passada a circular nas estradas que serpenteiam as colinas toscanas e a conhecer Pisa, Lucca, Siena, S. Gimignano e Florença (para Florença uma parte do percurso foi feita de comboio, por ser mais rápido e mais prático - sai-se mesmo no centro e evitam-se as filas à entrada da cidade e o custo alto do estacionamento).

'Conhecer' é uma força de expressão, porque o tempo que passámos em cada sítio foi manifestamente pouco para ficar a 'conhecer', mas deu para reforçarmos a ideia de que Itália é um país fantástico. Foi a terceira vez que lá estive, mas ainda há tanto, mas tanto, para ver, aprender e provar, que é impossível não sentir um enorme desejo de voltar.

Como já é costume, os souvenirs que trouxe para mim foram revistas de cozinha. Enquanto não ponho mais receitas em prática (e são tantas as que já estão marcadas), deixo-vos um bolo de avelã e amêndoa, húmido e delicioso, típico de Cannobio - uma cidade do Piemonte, que também já está assinalada no mapa cá de casa com o alfinete dos destinos a visitar.


*Há muitos filmes e livros passados em Itália que me marcaram de alguma forma e que ajudaram a construir este imaginário. Um desses filmes é bem recente: trata-se do The Trip to Italy, com o seu ritmo bem tranquilo e pouco hollywoodesco, as paisagens inspiradoras, os pratos de fazer crescer água na boca e os diálogos inteligentes e divertidos. Aconselho!




BOLO DE AVELÃ E AMÊNDOA [PAN DOLCE DI CANNOBIO]
Revista Sale & Pepe  Julho 2015

60 de avelãs moídas (usei miolo de avelã sem torrar, com pele)
60 de amêndoas moídas (usei miolo de amêndoa sem pele)
60 de farinha de trigo sem fermento
10 g de fermento em pó para bolos
4 ovos
120 g de açúcar amarelo
120 g de manteiga à temperatura ambiente
Uma pitada de sal
Açúcar em pó para decorar

Pré-aqueça o forno nos 180º.
Unte muito bem com manteiga e polvilhe com farinha uma forma rectangular com cerca de 12 cm x 22 cm.
Pulverize a amêndoa e a avelã num processador de cozinha.
Numa taça grande, bata bem a manteiga com o açúcar até estar uma mistura bem cremosa e uniforme.
Junte dois ovos inteiros e duas gemas - reservando numa taça à parte as duas claras - e misture bem.
Envolva as farinhas dos frutos secos, a farinha de trigo, o fermento e o sal.
Por fim bata as claras que sobraram em castelo e envolva na massa anterior.
Verta para a forma e leve a cozer cerca de 40 minutos. Se começar a ficar bastante escuro, cubra com folha de alumínio. Faça o teste do palito: assim que sair seco, está cozido.
Deixe arrefecer um pouco, descole a massa a toda a volta da forma com uma espátula ou uma faca de manteiga e desenforme para o prato de servir com cuidado, de forma a mantê-lo virado para cima, que é como fica mais bonito. Quando estiver frio, polvilhe com açúcar em pó.


Outros posts sobre Itália, aqui e aqui.


16.1.15

Uma espécie de Dobos Torte [ou o meu bolo de aniversário]






Eu sei, eu sei que este blog parece esquizofrénico: no post anterior partilho uma receita saudável, acompanhada de um queixume sobre os excessos da quadra natalícia, e logo de seguida, na mesma semana, aparece um bolo que é um pecado.
Mas dizer que fiz anos ontem serve de atenuante, não serve?

Nem sempre me apetece fazer o meu próprio bolo de aniversário, mas este ano a vontade de experimentar uma receita nova empurrou-me logo de véspera para a cozinha.
Aviso que este bolo tem bolinha vermelha no canto superior direito: a quantidade de manteiga [e açúcar] pode chocar os mais sensíveis.

Queria ter seguido mais de perto a versão do Martha Stewart's Baking Handbook, mas ontem, quando ia preparar o recheio/cobertura não encontrei o livro [que tinha usado na véspera para fazer a massa, por isso podem imaginar o caos que se vive nas minhas prateleiras da cozinha].
Ainda recorri à internet, mas não encontrei a receita exacta, pesquisei mais algumas receitas e fiz um mix, que acabou por correr muito bem - a meio do processo achei mesmo que ia ter de recheá-lo e cobri-lo com uma simples ganache de chocolate, mas a internet, esse oráculo dos tempos modernos, salvou-me do desgosto de não conseguir (ver receita).

Não é um bolo difícil, mas é preciso algum tempo para o preparar [o que acaba por ser uma vantagem, porque assim não caimos na tentação de o fazer muitas vezes].
Mas vale bem a pena todo o esforço: ontem levei-o para casa dos meus pais, onde fiz um jantar de aniversário em família, com os meus irmãos e sobrinhos, e garanto-vos que foi um sucesso.

[as fotografias do bolo inteiro e aberto estão muito diferentes: as do bolo inteiro foram tiradas ontem ao final da tarde e as do bolo aberto hoje de manhã, a prova de que a luz faz mesmo toda a diferença.]

Bom fim-de-semana!















DOBOS TORTE - SIMPLIFICADO
A partir da receita do Martha Stewart's Baking Handbook

Para o bolo:

350 g de manteiga à temperatura ambiente
3 chávenas de farinha sem fermento
1 colher de sopa de fermento em pó
1 pitada de sal
2 chávenas + 1/4 de chávena de açúcar
8 claras de ovos grandes
3 gemas de ovos grandes
1 chávena de leite meio-gordo

Chávena = 250 ml de capacidade

Pré-aquecer o forno nos 180º. Untar e polvilhar com farinha ou usar spray desmoldante duas formas de 22 cm de diâmetro (a receita original pede 3 formas de 20 cm), forrar o fundo das formas com papel vegetal e voltar a untar/polvilhar com farinha.
Na batedeira eléctrica (o ideal é ser uma batedeira com apoio, tipo Kitchenaid, bater a manteiga com 2 chávenas de açúcar até estar bem misturado e esbranquiçado, uns 3 ou 4 minutos. Juntar as gemas uma a uma, continuando a bater. Junte o fermento e o sal à farinha. Numa velocidade baixa, juntar a farinha e o leite em três vezes e de forma alternada, começando e acabando com farinha (a receita original diz para peneirar a farinha e o fermento, eu não o fiz). Noutra taça, bater as claras com a batedeira eléctrica e quando ficarem espumosas, junte 1/4 de chávena de açúcar. Continue a bater até ficarem bem firmes. Envolva as claras no outro preparado, em duas ou três vezes e com uma espátula de borracha. Divida pelas formas untadas e leve ao forno entre 30 a 40 minutos. Aos 30, espete um palito no centro e vá controlando: o palito deve sair limpo.
Desenforme e deixe arrefecer totalmente (eu fiz os bolos à noite, na véspera).


Para o recheio e cobertura:
[Merengue suiço amanteigado de chocolate - Chocolate swiss meringue buttercream]

1 dose de merengue suiço*
200 g de chocolate de culinária de boa qualidade
450 g de manteiga à temperatura ambiente

*Merengue suiço
4 claras L
180 g de açúcar


Leve ao lume em banho-maria numa taça metálica ou de vidro (o ideal é ser a taça da batedeira) as claras misturadas com o açúcar (a água não deve tocar na taça). Mexer continuamente, até o açúcar estar dissolvido e a mistura estiver quente ao toque (cerca de 4 minutos).
Retirar do lume e bater com a batedeira eléctrica, inicialmente a baixa velocidade e depois numa velocidade média-alta, no total cerca de 7 minutos, até ficar com uma consistência extra-firme e um aspecto macio e brilhante. Reservar.
Derreter o chocolate em banho-maria e reservar.
Com a batedeira numa velocidade média-baixa (e com a pá, em vez da pinha), juntar ao merengue a manteiga aos poucos - colher de sopa a colher de sopa. Contunue a bater até ficar um creme macio e uniforme. Se parecer que a mistura talhou e está aos grumos, bater mais um pouco numa velocidade maior. Se vir que não está a melhorar, não desespere e siga a dica do Cake Central: retire uma chávena do creme talhado e leve ao micro-ondas na potência máxima entre 5 a 10 segundos - deve ficar mais líquido, meio derretido, mas não quente. Junte à batedeira novamente e bata de novo a uma velocidade média-alta: verá que vai começar a ficar parecido com um creme de manteiga (comigo resultou!).
Quando estiver macio e uniforme, junte aos poucos o chocolate derretido, diminuindo a velocidade. Assim que o creme ficar com o chocolate completamente envolvido, está pronto para ser usado no bolo.

Rechear e cobrir o bolo:

Parta cada bolo em três (usei daquelas faca compridas de serrilha de pastelaria; enquanto cortava atendia telefonemas de parabéns, daí as camadas não terem ficado muito certinhas!).
Coloque a base de um dos bolos no prato de servir e barre com o creme, coloque outra parte de bolo e barre também com o creme e assim sucessivamente. Termine barrando todo o bolo com a ajuda de um espátula - usei uma destas.

Notas:
- No livro o bolo tem nove camadas, pois foram partidos três bolos em três partes; o recheio também é um pouco diferente - ao creme do recheio, que é ligeiramente diferente do meu, foram adicionadas natas batidas; 
- Para ser um verdadeiro 'Dobos Torte', bolo de origem húngara, deveria levar ainda uma cobertura ou decorações de caramelo;
- Como é inverno e está frio, não senti necessidade de manter o bolo no frigorífico, mas no tempo mais quente é aconselhável.
- Apesar de nas fotos, a massa do bolo poder indiciar um bolo seco, não é: é húmido e delicioso!